Não entendem porque a Comunicação Social não
quer que entendam, seleccionando sobre o que informam. E desinformando.
E desentendem-se (todos) quando os comentadores de serviço, que pululam na Comunicação Social (televisões, rádios, jornais) sustentam-se nessas meias verdades e nessa desinformação, amplificam-na. Por isso não percebem nada...
As razões:
O Governo Regional confrontou-se
com Sócrates a partir de 2005.
Acirrado por Maximiano Martins
(que fora candidato do PS, eleito pela Região à AR nesse ano) tratou de rasgar a anterior lei
(de Finanças Regionais) de Guterres e impôs uma outra onde os Açores
(socialistas) passariam a receber mais 180 milhões de euros, por ano, do que a
Madeira.
Manteve rígida a lei de
endividamento zero de Manuela Ferreira Leite e nem se dignou a responder aos
pedidos de endividamento (feitos a Teixeira dos Santos repetidamente) previstos pela Lei do Orçamento de Estado para efeitos
de financiamento das componentes regionais nas aplicações de Fundos
Comunitários.
O reconhecido garrote.
Em 2007, AJJ provocou eleições
antecipadas e Maximiano pagou pela traição à ilha. O PS baixou dos 20% e AJJ
teve a maior vitória de sempre.
Entretanto, em Lisboa, Sócrates e
os seus apaniguados iniciavam um rodopio de gastos, défices e endividamento, ao
longo de 2008, 2009 e 2010, que deu o que deu.
Para o Povo madeirense, o que
vota em AJJ é tudo claro: “…então, ficaríamos nós
todos a ver o País ao regabofe e nós aqui, de braços atados? E, chegados ao fim
da festa, cá estaríamos também para pagar a conta? Pelo desvario dos outros?
Não. Aí, então, fez bem o nosso Alberto João. Fez obra e endividou-se. E, como
vimos, nem foi muito longe na dívida. Nem chegou ao nível deles… Claro que foi
além da ordem imposta de endividamento zero. Mas, essa “ordem” – só para os
madeirenses - teria sentido? Claro que não”.
É por isto que AJJ ganhará as
eleições. Com ou sem maioria absoluta.
Claro que a RAM precisará de um
Plano de Ajuste Financeiro. Tal como precisou o Estado. E, por isso, em termos muito
próximos aos do Memorando de Entendimento.
O Ministro das Finanças tem sido
claro, para bom entendedor:
1)Há problemas de reporte.
2)Há problemas de assunção de
dívida para além da autorizada.
3)Poderá haver razões de fiscalização
sobre investimentos e obras não cabimentadas e concretizadas sem concurso e
vistos prévios.
Mas nada disto são questões
políticas.
São administrativas e, se assim se considerar, de outra ordem.
Não há excesso de dívida. Há excesso de dívida autorizada.
Não há dívida escondida. Há dívida não reportada.
Quanto ao Plano de Ajuste e a medidas
a que os madeirenses serão sujeitos, em jeito de “castigo”, o que se ouve não
tem qualquer sentido.
O Plano de Ajuste será
concretizado pelo novo Governo Regional, tal como o MoU foi feito pelo Governo
de Sócrates e pelos grupos políticos, de opinião e pressão que foram
sucessivamente reunindo com a troika durante a execução do MoU.
A ideia que o MoU foi feita pelos
estrangeiros convém. Mas é falsa.
A troika só impôs objectivos
macro-económicos e orçamentais. Cortes e novas receitas. O resto, são listas de
medidas de difícil implementação (face às clientelas eleitorais) que tinham que
ser tomadas e, que estando ali registadas, o seriam mais facilmente.
O mesmo para a Madeira.
O Plano de Ajuste terá de incluir
muitas medidas difíceis. Mas vai ser feito pelo novo Governo, a sair das
eleições de 9 de Outubro.
A Madeira estará numa posição
difícil (tal como esteve o Estado português perante a troika) mas isso não
significa que fique subjugada. Afinal apenas fez o mesmo que o outro (Sócrates)
… Pelo que não há nada porque pagar a dobrar. A cada um as suas dívidas. A cada
um o seu ajuste. O ajuste devido.
E terá que ser evitada a ideia de
imposição de “castigos”…
Se não, cá teríamos também os
Alemães a impor os seus…
4 comentários:
"...Aí, então, fez bem o nosso Alberto João. Fez obra e endividou-se. E, como vimos, nem foi muito longe na dívida. Nem chegou ao nível deles…"
"Não há dívida escondida. Há dívida não reportada."
Delicioso, simplesmente delicioso. Das suas afirmações, parece-me óbvio que acha que:
- A Madeira (que não chega a 300 mil habitantes) terá sempre os mesmos "limites" de endividamento que o Continente (com um total de nove milhões). E já agora, a dívida que temos é só do Sócrates. É para rir, não??
- Para você, uma coisa são os "ladrões", outra são os que "fogem à lei e desviam fundos".
...francamente. É preciso ter vergonha nesta altura da nossa vida como país.
p.s.: Nem vivo em Portugal, mas sou de Viseu e vejo que a Madeira está um pouco mais desenvolvida que a minha região? Se acho que a nossa região devia ter respondido ao centralismo de Lisboa com "dívida não reportada" da mesma maneira que a Madeira, eu digo-lhe que NÃO. Isso seria irresponsável.
País ao regabofe?! Como no Alentejo? Como na região centro ( excluindo, por motivos óbvios, Lisboa )? O pessoal da Madeira devem pensar que são uns mártires! Coitados andam a viver a um nivel muito mais baixo que os pulhas "Cubanos"! Por mim não era independencia, mas sim a perda da autonomia, porque a Madeira, com a sua zona exclusiva marítima, é um bem precioso do nosso país. Está na altura dos madeirenses deixarem de ser madeirenses e passarem a ser portugueses da Madeira...
Francisco
Dívida RELATIVA. Per capita. Não pode ser igual porquê? Porque o Sócrates decidiu?
E vocês, de Viseu devem abrir os olhos e avaliar o que lhes subtraem, de Lisboa e Porto.
Sim, há diferença entre quem rouba (BPN), quem gasta para beneficiar uma clientela regional á custa de todos os contribuintes (Metros e outras empresas) e quem constrói e vai assumir os custos do investimento.
Ao regabofe sim. Quem manda (mandava) no País...
Os madeirenses são portugueses na Madeira.
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